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“Reporter tells how the Police brutality marked the latest protest” (12:52) é um vídeo produzido pela TV Folha (http://www1.folha.uol.com.br/tv/), vinculada ao jornal impresso Folha de São Paulo, compartilhado através do seu perfil youtube (http://www.youtube.com/user/Folha) e publicado no dia 16 de julho de 2013. Nele, a jornalista da TV Folha, Giuliana Vallone, que fora atingida no olho por uma bala de borracha atirada por um policial no protesto do dia 13 de junho em São Paulo, dá seu depoimento sobre as manifestações pela redução das tarifas e a ação violenta da polícia. O vídeo intercala a fala da jornalista com o depoimento de manifestantes, colunistas da Folha, coronel da PM, vereador de São Paulo, usuários do transporte público, além de cenas dos protestos, de ônibus e metrôs lotados etc.
Trata-se de um vídeo importante por abordar diretamente a manifestação do dia 13 de junho em São Paulo, marcada pela forte repressão policial que desencadeou o alargamento dos #ProtestosBR, tanto no número de participantes como no número de manifestações organizadas em diferentes cidades do país. O fato da imprensa ter sido diretamente atingida pela polícia neste dia, como foi o caso da própria Giuliana e de outros 15 jornalistas, intensificou a repercussão dos movimentos em redes sociais e na mídia de massa. Este vídeo, portanto, exemplifica esse fato, sendo uma produção do canal on line do maior jornal impresso de São Paulo, com quase dois milhões de acessos no youtube em um mês.
O foco do roteiro é dado ao depoimento (melodrama) da repórter que fala no hospital, ainda com o olho roxo. Esta afirma que “boa parte dos manifestantes não estava afim de violência e não agrediu a polícia em nenhum momento, mas tinha uma pequena parte que estava na frente puxando um confronto com a polícia; a polícia revidou e eles entraram em conflito”, e acrescenta: “assim como tinha policial exagerando”. Imagens dos protestos dos dias 11 e 13 de junho segue tal depoimento: a repressão policial e o confronto dos manifestantes, disparos de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, câmera tremida na correria nas ruas, manifestantes feridos ou atingidos com spray de pimenta etc.
No que se refere ao anonimato, curiosamente o vídeo inicia com dois manifestantes, sendo que um deles tem o rosto coberto por uma camiseta, enquanto o outro fala: “me espanta a sociedade achar estranho um protesto que é a favor de uma causa pública. Todo mundo está pagando esse aumento, inclusive a polícia”. Um manifestante com máscara do anonymous também aparece no vídeo segurando um cartaz: “o povo não deve temer o governo, o governo deve temer o povo”, bem como pessoas com lenços, camisetas e máscaras diversas no rosto.
Um ponto importante nesse sentindo é quando jornalista responsável por entrevistar o coronel da polícia militar, Reynaldo Simões Rossi, o questiona sobre a grande quantidade de policiais sem identificação e este responde que tais imagens devem ser encaminhadas para o inquérito policial, acrescentando que: “o anonimato na polícia militar, assim como gostaríamos que o fosse entre os manifestantes […], não é benéfico para nenhuma das partes”. Contudo, ao falar dos “inúmeros os manifestantes que cobriram os seus rostos, usaram máscaras, procuraram se omitir”, a voz do coronel é sobreposta pela imagem de um manifestante que cobre o rosto no instante em que são disparadas de bombas de gás lacrimogêneo. A montagem intensifica a crítica ao anonimato da polícia ao passo que aborda uma função do anonimato dos manifestantes, que é a de proteção corporal.
Dia 17/06- quinto ato popular
“Num estado de violação de direitos, a principal ‘arma’ do povo é o grito das ruas. Lutas históricas são gritos coletivos que ecoam nas praças banhadas de sangue. Que rompem silêncios, que quebram cadeias de opressão e jugo”
Com esta frase inicia o vídeo “100 mil RJ” (04:16), uma realização da produtora “Três Filmes- faz diferente” (http://www.tresfilmes.com.br/), postado em perfil Vimeo no dia 21 de junho de 2013, contando com legendas em inglês e francês. Em seguida, um depoimento de uma pessoa com uma camisa no rosto, que diz: “Sou de uma comunidade onde está sofrendo a remoção. Eu sou mais um dos que estão aqui nessa injustiça que o governo do Rio junto com o poder econômico está fazendo com a gente. Eu moro no Horto em uma comunidade de noventa e poucos anos onde pessoas estão sendo removidas”. Tirando a camisa do seu rosto, o homem acrescenta: “e eu boto a cara pra falar, porque eu moro lá há 37 anos e vivo naquele lugar, eu tenho raízes naquele lugar e eu estou aqui não só por vinte centavos, estou aqui pela minha moradia, estou aqui pelo respeito que todo brasileiro tem que ter. E vem pra rua, vem com a gente, estamos aqui, nós somos fortes quando estamos unidos”.
Entre o rosto coberto deste homem em uma manifestação política e o seu aparecimento vinculado discursivamente ao pertencimento subjetivo em uma comunidade, percebemos como o anonimato e suas recusas podem partir do mesmo sujeito, dependendo da sua intenção política e performativa. A atitude de mostrar-se, colocando-se em relação com os demais na luta pelo respeito, faz deste homem um exemplo de flexibilidade das funções do anonimato.
O vídeo segue mostrando o contexto da manifestação pela redução do valor das passagens de ônibus no Rio de Janeiro, no dia 17 de junho de 2013. Primeiramente o fluxo das pessoas na rua, com cartazes, máscaras anonymous, flores, bandeiras do Brasil etc. Depois seguem as cenas do enfrentamento de manifestantes com os policiais militares na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), e neste momento, percebe-se um número maior de pessoas com os rostos cobertos por camisas, que arremessam rojões, objetos e derrubam as grades de proteção diante da Alerj, ocupando a escadaria da Assembleia, enquanto que os policiais recuam, iluminados por uma enorme quantidade de flashs de câmeras fotográficas.
A câmera trêmula ao correr e o som de balas acentuam a tensão do momento. Um manifestante aparece ferido na perna e outro grita: “a arma é letal!”, e outro acrescenta: “isso não é vândalo não, isso é raiva, mais de 500 anos, vocês não fazem porra nenhuma”. O vídeo sobrepõe a imagem de uma mão cheia de balas recolhidas com a de um senhor afirmando: “Ela é na verdade o resquício da ditadura militar. A polícia que torturou, que matou e continua matando nos morros das nossas capitais, das nossas cidades, é a mesma polícia que bateu nos estudantes aqui”, seguido da imagem de uma mulher segurando um cartaz que diz “PM deu pra matar a saudade da ditadura?”, que conclui o vídeo.
O vídeo “100 mil RJ” é acompanhado de outros dois filmados no Rio de Janeiro: o “MPL RJ”, sobre as manifestações dos dias 10 e 13 de junho, e “2,95”, sobre a manifestação do dia 10 de junho, na Presidente Vargas, ambos tratando da pauta do aumento das tarifas do transporte público. O anonimato dos manifestantes é perceptível, bem como uma narrativa focada no enfrentamento com a polícia e questionamento das ações de repressão da mesma.
“Catedral do Rio, Avenida Chile, 11/07/2013”. Essas são as indicações na tela preta antes de iniciar o vídeo, cuja descrição no youtube é “OAB tenta diálogo com policial mas é apresentado com os argumentos mais absurdos q eu já ouvi. compartilhe, baixe, use as imagens!”. O vídeo é postado pelo perfil “to de olho nao sou otario”, que não possui nenhuma informação no “sobre”. Contudo, é importante notar que os oitos vídeos publicados nesta conta de youtube são de manifestações em 2013.
O vídeo inicia com duas pessoas sendo revistadas por policiais, ajoelhadas no chão, cercadas por câmeras fotográficas e de vídeo que acompanham a operação. Ao revistar uma bolsa, um policial encontra um gorro preto, que logo chama de “touca ninja”. “Máscara? Pra que tu quer essa máscara? Pra que tu quer essa porra, pra limpar o cu? Que porra é essa? Tá maluco, porra!”. A decisão em prender os rapazes é imediata, e segurando o gorro preto na mão, os policiais continuam a revista-los.
Algumas pessoas ao redor passam a questionar a atitude dos policiais, entre eles um homem de terno que segundo a descrição do vídeo seria um advogado da OAB, que questiona: “mas é algum crime andar de touca ninja? Ele não estava nem utilizando a touca, estava dentro da mochila”. Uma senhora filmando diz que ela mesma está usando um lenço (no caso, com a bandeira do Brasil); o policial responde que apenas “tinham muitos deles com máscaras”.
O “advogado” diz aos policiais que eles não precisam prender o rapaz, podem apenas levar a touca. Questionados sobre qual alegação os policiais estariam levando o jovem, inicia-se uma conflito de argumentos e entre eles a mulher afirma que “policiais tem usado touca ninja”. O policial diz que portar a tal touca seria sim um crime, e o advogado explica que, seguindo o mesmo argumento, quem estivesse com porte legal de armas poderia ser acusado por tentativa de homicídio. O vídeo encerra com o rapaz sendo encaminhado à delegacia em uma viatura.
O vídeo “Desmascarando o governador: a TV mente, o povo desmente!” (05:08) publicado no Youtube no dia 07 de julho de 2013, é montado a partir de vários fragmentos de imagens a fim de questionar a legitimidade do discurso da mídia, da polícia e do governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
Inicia com a apresentadora de um telejornal da rede Globo falando da investigação sobre quem deu início ao confronto entre policiais militares e manifestantes na esquina da casa de Sérgio Cabral. O relações públicas da PM, Frederico Caldas, afirma em entrevista que: “Não houve qualquer tipo de agressão quando eles [manifestantes] começaram a jogar pedras nos policiais. Três policiais foram feridos, entre eles um tenente que estava comandando a tropa, ferido na cabeça. Os policiais usaram spray de pimenta justamente para dispersar e cessar aquela agressão”.
Em uma tela preta surge a palavra “Mentira!”, seguida da imagem de uma reportagem do site Terra, do dia 4 de julho de 2013, que traz grifada a frase: “A PM alegou que um manifestante atirou uma pedra, o que iniciou um confronto. A reportagem do Terra, no entanto, estava no lado dos policiais quando começou a ação e não viu nenhuma pedra sendo lançada ou alguém sendo atingido”.
“Ainda acredita na versão da Polícia Militar? Então veja as imagens feitas ao vivo que mostram o início do ‘confronto’”, diz a cartela do vídeo, que é seguida de uma filmagem no momento em que um policial grita “formação em linha” e os manifestantes bradam a palavra de ordem “sem violência”. O narrador do vídeo afirma não ter tido nenhum objeto lançado contra a PM. Por sua vez, os policiais começam a empurrar os manifestantes com seus escudos. O vídeo prossegue com uma imagem que mostra policiais jogando uma grande quantidade de spray de pimenta nos manifestantes do “Ocupa Cabral”.
“Infelizmente esse mesmo grupo que vem se infiltrando na manifestação, que se esconde, esconde seu ódio por trás das máscaras, esse grupo foi responsável em atacar”, afirma o relações públicas da PM. Contudo, a cartela do vídeo diz “veja agora uma fotografia desse grupo que esconde o ódio atrás de máscaras e que se infiltrou no ato para atacar as pessoas” e a imagem é de um grupo de policiais completamente cobertos por máscaras e capacetes, diante de um grupo de jovem deitados na areia da praia, rendidos, enquanto apenas uma mulher está em pé, diante dos policiais.
O anonimato dos policiais também é interrogado na cena seguinte, na qual um homem questiona a presença de um policial sem farda e identificação: “Se ele está exercendo a função, ele tem que ter identificação. Cadê o promotor?”. O vídeo traz uma citação da Constituição Federal que diz: “O controle externo da polícia é função dos promotores do ministério público”, e acrescenta: “O povo foi às ruas para exigir a derrubada da PEC 37. Agora os promotores devem exigir o fim da violência policial no Brasil”.
A jornalista da Globo aparece mais uma vez, afirmando que o governador Sérgio Cabral dissera em nota, que “a PM se comportou de forma pacífica para garantir a manifestação e só agiu quando houve risco de pedradas em pessoas e depredação de portarias, prédios e carros”. As imagens que seguem são de arremessos de bombas pela polícia na orla do Leblon, pessoas correndo e outras rendidas, deitadas na areia da praia.“Cabral é ditador”, gritam as pessoas na rua, enquanto passa o veículo conhecido como “brucutu”; “um dos maiores símbolos da repressão da ditadura militar está de volta”, diz a legenda do vídeo. As últimas imagens tem a logomarca “I HABIB”, constando nela a famosa máscara do anonymous. Manifestantes queimam um desenho de Sérgio Cabral, gritando “queima no inferno”.
Vídeos do Black Block no youtube
Vídeos sobre a participação de policiais infiltrados
Vídeo sobre os conflitos na Turquia
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